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sábado, 10 de novembro de 2012

Cântico do amor




1Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver amor, sou como um bronze que soa
ou um címbalo que retine.
2Ainda que eu tenha o dom da profecia
e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas,
se não tiver amor, nada sou.
3Ainda que eu distribua todos os meus bens
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver amor, de nada me aproveita.
4O amor é paciente,
o amor é prestável,
não é invejoso,
não é arrogante nem orgulhoso,
5nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita nem guarda ressentimento.
6Não se alegra com a injustiça,
mas rejubila com a verdade.
7Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.
8O amor jamais passará.
As profecias terão o seu fim,
o dom das línguas terminará
e a ciência vai ser inútil.
9Pois o nosso conhecimento é imperfeito
e também imperfeita é a nossa profecia.
10Mas, quando vier o que é perfeito,
o que é imperfeito desaparecerá.
11Quando eu era criança,
falava como criança,
pensava como criança,
raciocinava como criança.
Mas, quando me tornei homem,
deixei o que era próprio de criança.
12Agora, vemos como num espelho,
de maneira confusa;
depois, veremos face a face.
Agora, conheço de modo imperfeito;
depois, conhecerei como sou conhecido.
13Agora permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança e o amor;
mas a maior de todas é o amor.

Paulo, apóstolo (1Cor 13, 1-13)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

PAI NOSSO



Quantas mais vezes medito na oração que Jesus nos ensinou – "O Pai Nosso" – mais sinto a disponibilidade de Deus para nos tornar felizes. Cristo, ao ensinar-nos a rezar, ensinou-nos, também, a essência da nossa fé:


A ORAÇÃO



A MEDITAÇÃO

Pai Nosso que estais nos Céus
F

Reconhecemos Deus como um pai

"Qual de vós, se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente? Ora bem, se vós, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está no Céu dará coisas boas àqueles que lhas pedirem." (Mt 7,9-11)
"Como a mãe consola o seu filho, assim Eu vos consolarei;" (Is 66,13)
"É por isso que eu dobro os joelhos diante do Pai, do qual recebe o nome toda a família, nos céus e na terra" (Ef 3,14-15)

Santificado seja o vosso Nome
F

Afirmamos o louvor que Lhe é devido

"Assim falou Jesus. Depois, levantando os olhos ao céu, exclamou: «Pai, chegou a hora! Manifesta a glória do teu Filho, de modo que o Filho manifeste a tua glória" (Jo 17,1)
"Manifestei o teu nome aos homens" (Jo 17,6)
A cada momento santifiquemos o nome de Deus, reconhecendo a Sua Identidade – O Santo dos Santos – Deus.

Venha a nós o vosso Reino
F

Dispomo-nos a viver no reino de Deus, agora e depois da nossa morte

"Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo." (Mt 6,33)
O "reino de Deus" quer dizer "soberania de Deus"

Seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu
F

Afirmamos a nossa vontade e disponibilidade de cumprirmos a Sua vontade, em qualquer lugar e em qualquer circunstância

"Declarou-lhes Jesus: «O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra." (Jo 4,34)
"Afastou-se, pela segunda vez, e foi orar, dizendo: 'Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, faça-se a tua vontade'! " (Mt 26,42)

O pão nosso de cada dia nos dai hoje
F

Cristo sabia que, sendo humanos, necessitaríamos de comer, beber, vestir…

"Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou beber, nem quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Porventura não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestido? Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas?" (Mt 6,25-26)
"Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á; porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á.
Qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente? Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!" (Lc 11,9-13)

Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido
F

O nosso amor para com Deus mostra-se na forma como amamos o nosso próximo

"Se fores, portanto, apresentar uma oferta sobre o altar e ali te recordares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão; depois, volta para apresentar a tua oferta. Com o teu adversário mostra-te conciliador, enquanto caminhardes juntos, para não acontecer que ele te entregue ao juiz e este à guarda e te mandem para a prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá até que pagues o último centavo." (Mt 5,23-26)
"Então, Pedro aproximou-se e perguntou-lhe: 'Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?' Jesus respondeu: 'Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete'." (Mt 18,21-22)

E não nos deixeis cair em tentação
F

Quando tentados, dai-nos força para lhe resistirmos…

"Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela." (1 Cor 10,13)
"É precisamente porque Ele mesmo sofreu e foi posto à prova, que pode socorrer os que são postos à prova". (Heb 2,18)

Mas livrai-nos do Mal.
F

Deus livar-nos-á do mal, qualquer que ele seja e a forma como se apresenta… Tenhamos Fé!

"Se Deus é por nós, quem será contra nós? (…) Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? (…) Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou. Pois estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá separar-nos do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Rom 8,31-39)



sexta-feira, 29 de junho de 2012

AS MULHERES NA VIDA DE JESUS







Jesus nunca foi misógino. Não só não discriminou as mulheres, como as valorizou.
"Afastadas dos problemas sociais, excluídas da vida pública, as mulheres eram grandes perdedoras na sociedade judaica do tempo de Jesus. Por isso não deixa de surpreender a 'ousadia' do Mestre, que contava com algumas no grupo itinerante dos seus discípulos". Esta afirmação foi feita por Ariel Álvarez Valdés, doutor em Teologia Bíblica, Santiago del Estero, Argentina e contida num artigo publicado na revista Mensaje.

Se Jesus veio anunciar o grande mandamento do amor, essência da salvação, não poderia, em caso algum, discriminar alguém. Amar o próximo como a nós mesmos não é uma mensagem dirigida somente aos homens, aos crentes, aos discípulos, aos piedosos… Não! É uma mensagem dirigida a toda a humanidade: Homens, mulheres, fiéis, crentes e não crentes, pagãos, judeus, gentios, estrangeiros, amigos e inimigos… Dirigida a todos. E, ao longo da sua vida, demonstrou isso mesmo.

Durante sua vida, Jesus configurou um novo tipo de discipulado itinerante. Mas sua atitude mais inovadora e audaz foi a de ter admitido mulheres nesse grupo, que viajavam com ele, compartilhando essas instruções.
Na sua época, as mulheres não gozavam de tais liberdades. Não era bem visto que tivessem tratamento directo com outros homens que não fossem seus familiares. E, quando iam ao templo, com motivo de uma festa religiosa, não podiam ingressar no pátio onde estavam os homens, devendo permanecer num claustro exclusivo. Também quando iam rezar nas sinagogas, permaneciam separadas dos homens.
Afastadas dos problemas sociais, excluídas da vida pública, separadas dos debates religiosos, sem concorrência em questões políticas, eram as grandes perdedoras na sociedade judia dos tempos de Jesus. Sua função se reduzia ao cuidado da casa e dos filhos. Por isso não deixa de surpreender a ousadia do Mestre de Nazaré.

Eis algumas das mulheres mais importantes na vida de Jesus:

- Maria de Nazaré, de mãe a discípula. Aquele hino – o Magnificat –, que Maria de Nazaré recita quando visita a prima Isabel, depois de ambas ficarem grávidas, diz: “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva. (…) Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias (…)”, é, sem dúvida (como o refere Isabel Gómez Acebo), o “texto mais revolucionário” que se poderia cantar. Há uma linha de pensamento no catolicismo que fala do silêncio de Maria (não convinha…), mas ela questiona muito: quando faz perguntas ao anjo na anunciação, no Magnificat ou quando diz ao filho, nas bodas de Caná – a auto-revelação de Jesus –, que "não há vinho…!"É, de facto, uma personalidade muito marcante.

- Maria Madalena, a apóstola dos apóstolos. “Quem foi, de facto, Maria Madalena: uma pecadora arrependida, uma discípula predilecta, a enviada (apóstola) a anunciar a ressurreição, a esposa de Jesus?”
Foi o Papa Gregório Magno (590-604) que, num sermão de Páscoa, identificou Maria Madalena, Maria de Betânia e a pecadora que unge Jesus com o perfume como a mesma mulher. Nada mais errado, pois os evangelhos são claros em distinguir três pessoas diferentes.
Natural de Magdala, pequena cidade da Galileia, Maria é referida nos evangelhos como alguém que, a par de outras mulheres, cuidava de Jesus e colocara os seus bens ao serviço do grupo. O facto “sugere que Maria Madalena era uma pessoa com recursos, que ofereceu a sua devoção a Jesus, que a curara” de “sete demónios”, nota Geza Vermes, que dirige o Centro de Estudos Hebraicos de Oxford. “Não me importa de que cor era o amor que ela tinha, o que interessa é que era tão grande que mudou a sua vida.”

- Maria de Betânia, a discípula que escuta o hóspede. Marta atarefava-se “com muitos serviços”, como conta Lucas. Marta queixa-se da irmã a Jesus, mas este repreende-a: “Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.” “Estar aos pés do mestre é, na literatura rabínica, ser discípulo de alguém”, diz a religiosa espanhola Isabel Maria Fornari, autora de uma tese com o título "La Escucha del Huésped" (ed. Verbo Divino, Espanha), onde estuda este episódio. Mas a cena remete também para a hospitalidade bíblica, que inclui um elemento importante – o da comunicação. “É importante servir, comer, mas, quando alguém vem a nossa casa, mais importante é a comunicação que se estabelece.”
O facto de Maria de Betânia se colocar à escuta, diz ainda Maria Vaz Pinto, é “também uma manifestação de amor: estar quieta, aprender, ouvir, deixar-se tocar”.

- A Samaritana, saltar todas as normas da "moral". É, provavelmente, um dos textos mais notáveis dos evangelhos, este em que Jesus pede água a uma samaritana. Duplo pecado: dirigir a palavra a uma mulher, ainda por cima da Samaria – “os judeus não se dão bem com os samaritanos”, explica a narrativa de São João. A cena decorre por volta do meio-dia, junto ao poço de Jacob, em Sicar. Jesus está cansado e quer descansar e refrescar-se.
“Jesus adopta logo, implicitamente, o lugar inferior. As suas palavras não são uma ordem, mas um pedido. Dirige-se [à samaritana] de mãos vazias, à procura de qualquer coisa que só ela é capaz de lhe dar”, escreve o Irmão John, de Taizé (À Beira da Fonte, ed. AO).
O diálogo prossegue com Jesus a dizer que chegará a hora em que Deus será adorado “em espírito e verdade” e não num qualquer templo. E quando a mulher diz que todos esperam o messias, Jesus diz-lhe: “Sou eu, que estou a falar contigo” – é a única vez em que se assume como tal perante alguém.

- A pecadora de Betânia, Jesus deixa-se acariciar. É uma mulher que “entra e sai em silêncio, mas o leitor sente que a sua passagem se revestiu de uma eloquência ímpar”, escreve o biblista José Tolentino Mendonça em "A Construção de Jesus" (ed. Assírio & Alvim). Nesta obra, o autor analisa o episódio em que uma pecadora irrompe pela casa de Simão, um fariseu que convidara Jesus.
“Estando por detrás, aos seus pés, chorando começou a banhar-lhe os pés com lágrimas e com os cabelos da sua cabeça os enxugava e beijava-lhe os pés e ungia-os com perfume”, conta o texto de São Lucas. Simão diz para consigo: “Se este fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que o toca, pois é uma pecadora!” Jesus pressente o que ele pensa e, depois de lhe contar uma parábola, diz que a mulher lhe banhou os pés com as suas lágrimas e o perfumou. E conclui: “São perdoados os pecados dela, os muitos, porque amou muito.”


sábado, 7 de abril de 2012

A ESSÊNCIA DA NOSSA FÉ



Páscoa de 2012.

Jesus ressuscitou, aleluia!

Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e permaneceis ainda nos vossos pecados (1Cor 15,17).

Acentua-se o desrespeito pelos valores humanos e, indirectamente, pelos religiosos. Cada vez mais, as pessoas refugiam-se no Cristo Milagroso; já foi por meio dos milagres que os discípulos descobriram a presença de Deus, vendo em Jesus de Nazaré o Filho de Deus.

Para além da Graça de Deus para connosco nos apoios directos que nos presta, meditemos na essência da nossa fé – o Credo:

O CREDO
MEDITAÇÃO
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso
Criador do Céu e da Terra,
De todas as coisas visíveis e invisíveis.
Não querendo criar hipóteses alternativas à individualidade de Deus, dada a minha limitação de homem, permito-me levantar uma questão: Se houvesse mais que um Deus teria de haver uma hierarquização, nem que fosse somente de competências; a entidade maior seria o único Deus, pois sobrepunha-se aos outros. Assim sendo, essa entidade seria Deus.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigénito de Deus,
Nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
Gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
Jesus Cristo, enquanto homem, é o único que merece e a quem deve ser dado, em exclusivo, o tratamento de Senhor. Senhor, neste caso, será: – dono absoluto, possuidor de algum Estado (o Reino de Deus), território ou objecto; rei, chefe; título honorífico de alguns monarcas; título que se conferia a, antigamente, a pessoas distintas, quer fosse pela sua posição, quer pela dignidade de que estavam investidas.
E por nós homens e para nossa salvação
Desceu dos Céus.
E encarnou pelo Espírito Santo,
No seio da Virgem Maria,
E se fez homem.
Somente enquanto Homem o Filho de Deus poderia mostrar e demonstrar, nessa sua condição, o seu amor. Esse amor é, na realidade, a grande Nova que Jesus nos dá – "…Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes" (Mc 12,31).
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;
Padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
Conforme as Escrituras;
E subiu aos Céus, onde está sentado à direita do Pai.
Sem revolta, perdoando a quem o matou, demonstrando – como o fez ao longo da sua vida através do seu poder de curar, ressuscitar mortos e demais milagres – que, se quisesse, não necessitaria de ser morto… Amor é, como dizia Camões, "ter com quem nos mata lealdade". Não há maior prova de amor do que dar a vida por outra pessoa, e Jesus fê-lo com Amor; Amor que é a essência do Cristianismo.
De novo há-de vir em sua glória
Para julgar os vivos e os mortos;
E o seu Reino não terá fim.
É a Parúsia, i.e. a segunda vinda de Jesus Cristo, no fim dos tempos. Assemelha-se, e por vezes confunde-se, com o conceito de escatologia – a realidade posterior à vida terrena, ao futuro do homem concreto, após a sua morte.
Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida,
E procede do Pai e do Filho;
E com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele que falou pelos profetas.
Mas Deus Pai, Jesus e o Espírito Santo são um único ser. A Santíssima Trindade é um único ser constituído da mesma substância divina – as Três Pessoas são O Único Deus.
O Espírito Santo é a fonte de inspiração…
Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica.
Igreja – do grego ekklesia – quer dizer "Assembleia". É a comunidade religiosa baseada na religião fundada por Jesus Cristo. É o Corpo Místico de Cristo – não simples sociedade humana; é o povo de Deus organizado como sociedade hierárquica, divina e humana. É o sinal e o instrumento da íntima união de Deus com os homens e, destes, entre si.
Professo um só Baptismo para a remissão dos pecados.
O baptismo é um rito de passagem (i.e. que muda o status de uma pessoa dentro de uma comunidade), feito normalmente com água sobre o iniciado. Este rito de iniciação está presente em vários grupos, religiosos ou não, onde destacam-se os cristãos. Na Igreja Católica, o batismo é o sacramento através do qual o Sacrifício Pascal de Jesus Cristo se aplica às almas, tornando-as membros da Igreja e abrindo o caminho da salvação eterna.
E espero a ressurreição dos mortos
E a vida do mundo que há-de vir. Ámen.
A ressurreição é considerada a base fundamental do cristianismo. Como disse S. Paulo aos Coríntios "e, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e permaneceis ainda nos vossos pecados (1Cor 15,17).
O cristão ao crer na ressurreição dos mortos e na vida eterna, acredita que nós – seres humanos –, teremos um futuro melhor.
Nós cremos firmemente que, tal como Jesus ressuscitou dentre os mortos e que vive para sempre, assim também os justos, depois da morte, viverão para sempre com Cristo Ressuscitado, e que Ele os ressuscitará.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

RELIGIÃO


Podemos considerar, do ponto de vista antropológico e histórico, que a religião (em abstracto) é a atitude assumida pelo homem perante o poder sobrenatural, do qual se sente dependente, como sendo criatura sua. A Religião é, também, um conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e os valores morais. As religiões têm, normalmente, narrativas, símbolos, tradições e histórias sagradas que se destinam a dar sentido à vida ou explicar as suas origens e do universo; tendem a provir a moralidade, a ética, as leis religiosas ou um estilo de vida tendencialmente bom.
Cada religião exprime-se por comportamentos colectivos e concebe-se como uma virtude que leva ao desempenho de determinadas obrigações.
Os estudiosos classificam as religiões como religiões naturais e religiões reveladas. As primeiras têm origem meramente humana; são exemplo destas o confucionismo, o hinduísmo e o budismo. As segundas fundamentam-se na Revelação Divina conservada em livros ou documentos próprios (as Sagradas Escrituras); neste último caso consideram-se o cristianismo, o judaísmo e o islamismo.
A palavra religião é muitas vezes usada como sinónimo de ou sistema de crença; todavia, o termo religião difere da crença privada na medida em que tem um aspecto público. A maioria das religiões têm comportamentos organizados, incluindo hierarquias clericais, uma definição do que constitui a adesão ou filiação dos seus membros, congregações de leigos, serviços destinados à veneração de uma entidade ou para a oração, lugares (naturais ou arquitetónicos) e/ou escrituras sagradas. A prática de uma religião pode também incluir comemoração das atividades de um deus ou deuses, sacrifícios, festivais, festas, transe, iniciações, serviços funerários, serviços matrimoniais, meditação, música, arte, dança, serviço público ou outros aspectos da cultura humana.
No âmbito daquilo que se define como religião podem-se encontrar muitas crenças e filosofias diferentes. Apesar de um sentimento idêntico que exerce sobre as pessoas, as diversas religiões do mundo são de facto muito diferentes entre si. Assim, todas as religiões possuem um sistema de crenças no sobrenatural e que envolvem, geralmente, deidades, deuses e demónios. As religiões costumam, embora com narrativas diferentes, possuir relatos sobre a origem do Universo, da Terra, do Homem e sobre o que acontece para além da a morte. A grande maioria das religiões crê na vida após a morte.
Muito mais se poderia dizer sobre religiões. É extremamente importante compreendê-las, aperceber-se das potencialidades e dos ensinamentos que poderão contribuir para a valorização sociológica, ética e moral (independentemente do senso comum que traduz).
Todavia, quero, neste momento, tentar fazer passar uma mensagem sobre um sentimento que tenho vindo a experimentar e que, oportunamente, tentarei explicar mais detalhadamente. Julgo não estar longe da realidade se pensar que os primeiros seguidores de Jesus (os primeiros cristãos) não consideravam terem-se convertido a uma nova religião – eles constituíram-se em Igreja –, isto é, criaram uma assembleia que os estimulava a progredir no bom caminho e onde partilhavam as suas vivências; não tinham hierarquia e o mais destacado dos seus membros era o que mais intensamente servia os outros. Essencialmente, as suas vidas consistiam em fazer aos outros aquilo que gostariam que lhes fizessem a si próprios – amavam-se, como expressão visível do amor a Deus –, não esquecendo os ensinamentos da "Lei antiga" (Antigo Testamento) redefina pelos ensinamentos de Jesus na "Nova Lei" (os Evangelhos).
Ora, se considerar que Religião é o culto prestado a uma divindade, sou levado a pensar que o Cristianismo não deverá ser considerado, simplesmente, como uma religião, mas sim como uma forma de viver. Confundir Religião com Forma de Viver permite dar razão a Marx quando dizia que a religião era o ópio do povo (o que até certo ponto posso concordar) e a Freud quando considerava que a religião era uma neurose colectiva (o que me permito discordar, neste caso).
Abordarei melhor este meu sentir, oportunamente.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A nova "linguagem" do Amor



Foram textos como o que a seguir apresento, que me fizeram repensar seriamente o cristianismo.

Andei muitos anos arredado das "lides" religiosas; afastei-me da Igreja (principalmente da institucional) porque discordava, na generalidade, da sua prática; embora acreditasse em Jesus, não me via a fazer parte integrante dos seus seguidores – cheiravam-me a bafio e sentia a falsidade e artificialidade das suas vidas; os ritos e rituais apresentados colidiam com a vida actual das pessoas; senti, sempre, que as instituições religiosas, o clero e o Vaticano tentavam mostrar uma história de dois mil anos e não a realidade de uma vida que se vive, que rejuvenesce e nos dá ânimo – era, tão somente, um filme. Senti sempre que para se ser Cristão ter-se-ia de ser revolucionário.

Eis a parte final do texto a que referi no princípio:

Veja-se o que se diz no Credo: “Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigénito de Deus, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro. Por ele todas as coisas foram feitas. E, por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos céus. E encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado; padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos céus”. Pergunta-se: e entre o nascimento e a morte na cruz, o que se passou? Não aconteceu nada? Ele não fez nada?

Este é que pode ser e tem sido o grande esquecimento. Tudo começou em São Paulo, que não tinha conhecido o Jesus histórico e, assim, só contactou com o Jesus glorificado, o Senhor, o Kyrios. Foi este Jesus Kyrios (Senhor) que ocupou o centro no quadro de interesses imperiais, como é sabido desde Constantino, e que acabou por legitimar poderes, domínios, guerras, uma Igreja senhorial.

Pensou-se então que bastava prestar-lhe culto – missas, procissões, adorações ao Santíssimo... –, sem a exigência de segui-lo no seu Evangelho do Reino de Deus, no que ele quis e fez com os pecadores, as mulheres, os estrangeiros, na relação com o dinheiro, com a política, os pobres, Deus e a religião. O cristão não precisaria de converter-se.

Há um texto terrível do filósofo agnóstico Max Horkheimer, um dos fundadores da Escola Crítica de Frankfurt: “Jesus morreu pelos homens, não podia guardar-se para si próprio avaramente e pertencia a tudo o que sofre. Os Padres da Igreja fizeram disso uma religião, isto é, fizeram uma religião, que também para o mal (moral) era uma consolação. Desde então isso teve um êxito tal no mundo que pensar em Jesus nada tem a ver com a acção e ainda menos com os que sofrem. Quem lê o Evangelho e não vê que Jesus morreu contra os seus actuais representantes, não sabe ler.” (P. Anselmo Borges)

Não pretendo iniciar a revolução já iniciada por Cristo. Não! Quero simplesmente ser veículo (embora cheio de defeitos) da mensagem de Jesus: Amai-vos uns aos outros. O amor, esse sim, é revolucionário.