domingo, 31 de março de 2013

PÁSCOA





Páscoa [(do hebraico Pessach), significando passagem através do grego Πάσχα] é um evento religioso cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa do Cristianismo.

Celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu por três dias, até sua ressurreição.

Muitos costumes ligados ao período pascal têm origem em festivais pagãos da primavera. Outros vêm da celebração do Pessach, ou Passover, a Páscoa judaica, que é uma das mais importantes festas do calendário judaico, celebrada por 8 dias e onde é comemorado o êxodo dos israelitas do Egipto – da escravidão para a liberdade. Um ritual de passagem, assim como a "passagem" de Cristo, da morte para a vida. (fonte)

Todavia, a grande realidade é-nos transmitida por S. Paulo:

E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e permaneceis ainda nos vossos pecados. Por conseguinte, aqueles que morreram em Cristo perderam-se. E se nós temos esperança em Cristo apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. (1 Cor 15,17-19)

Este é o sentido e a essência da nossa vida: Jesus é a nossa esperança e não se limita somente a esta vida. Ele é a garantia da ressurreição – a Vida para além da Morte.

Santa Páscoa. Aleluia!

terça-feira, 26 de março de 2013

VIA-SACRA




Adolfo Pérez Esquivel é um arquitecto, escultor e activista de direitos humanos, agraciado com o Nobel da Paz de 1980.

Percebe-se, pelo seu sentir da “via crucis” a dimensão do cristianismo que, infelizmente, não se pratica, ou melhor – não se vive.

Eis Jesus a caminho do Calvário – Jesus cai pela 3ª vez – na 9ª Estação da Via-Sacra:
Jesus começou sua missão de Reino na Rua Verdadeira, em áreas marginais, suburbanas da Galileia: Entre crianças sem família, mulheres da vida, pobres sem abrigo... Também a igreja do início foi suburbana, estendeu-se entre as camadas inferiores das grandes populações do Império…

A Via-Sacra (Via Crucis) de Pérez Esquivel, ajuda-nos a fazer este itinerário, e assim apresenta-nos Jesus com a cruz pela rua, entre crianças sem lar (meninos da rua) e os jovens desempregados. Eis os cinco momentos-chave do seu itinerário:

- Jesus foi, em geral, o Cristo dos marginalizados: Com eles transporta a cruz, na sua escola aprende a lição messiânica da vida, a densidade real da esperança.

- Nós vimos Jesus como o Cristo das Bandeiras, assumindo e compartilhando o grande protesto dos pobres e insubmissos, as reivindicações dos revoltados que buscam pão, terra e liberdade.

- Nós vimo-lo como o Cristo das Mulheres. Não é o Messias de David, na linha real dos monarcas que buscam o poder para transformar a realidade (com mais poder, mesmo sagrado). É o Cristo-Messias das mulheres que sofrem e mantêm com o seu pranto activo o caminho da história.

- Ele foi o Cristo dos indígenas do planalto andino e de todos os países do mundo, Messias dos agricultores, dos abandonados, dos marginalizados e dos explorados pelo grande desenvolvimento duma agro-indústria, de um capitalismo urbano que destrói a terra e marginaliza os homens do campo.

- Agora, aparece como Cristo dos Explorados Urbanos dos subúrbios das grandes cidades. O peso demográfico da humanidade está a passar do campo para os subúrbios das grandes cidades... Mais da metade da população mundial vive em grandes urbanizações (Rio e Lima, Buenos Aires e Kinshasa ...)

Esta é a experiência cuja imagem queria destacar na 9ª Estação da Via Sacra de P. Esquivel. Cristo mora ali e passa com a sua cruz pelas "ruas" baixas da periferia urbana de um mundo em movimento, mas que não sabe oferecer aos homens e mulheres (e especialmente às crianças) uma possibilidades e perspectivas de crescimento digno e decente.

Para poderem sobreviver alguns trabalham como vendedores ambulantes, distribuem gelados e jornais, limpam janelas e recolhem papel usado... Muitos vivem entre marginais, prostitutas e bandidos, perseguidos por uma polícia que impõe uma tipo de ordem pela força, mas que não educa.

Ia Jesus pela rua, com a cruz da vida e da esperança da ressurreição, perseguido por um tipo de polícia do sistema, entre os vendedores de rua, ao lado de crianças e jovens que dormem ao relento, sob papelão, sem ordem nem família, carregando a cruz, enquanto a maioria se limita a olhá-lo...

Este é o Jesus que disse: “Quem receber um destes meninos em meu nome é a mim que recebe; e quem me receber, não me recebe a mim mas àquele que me enviou” (Mc 9:37). Este é o Jesus que queria plantar o Reino de Deus entre estas pessoas da rua: pobres e doentes, proscritos, crianças sem família. Aqui tem de começar de novo o trabalho da igreja, como sabem centenas e milhares de cristãos que seguem Jesus partilhando com as crianças os caminhos da rua, para oferecer-lhes esperança de um lar.